|
..:: Agatha Christie em português de Portugal ::.. |
Agatha Christie faleceu há 30 anos Morrer não é o fim Dina Gusmão
Ela é a autora mais publicada de todos os tempos e em todos os idiomas, se deixarmos de fora ‘A Bíblia’ e Shakespeare. Ela é Agatha Christie, ‘a rainha do crime’ – a literatura assim a rebaptizou – e morreu há 30 anos.
Hercule Poirot e Miss Marple, Tommy e Tuppence ou Mr. Quin são os seus cartões de visita, traduzindo um desejo da própria que, um dia, terá recusado revelar dados biográficos a um estudante para um trabalho: “O importante é o que está escrito e não a vida de quem escreve. Leia os meus livros e tire as conclusões.”
E sobre os seus livros, uma equipa de neurolinguistas de três universidades britânicas fez furor ao pretender ter chegado à chave do sucesso da escritora: o ‘Código Christie’, que assenta numa linguagem hipnótica de frases curtas e palavras repetitivas, narrativas longas e vocabulário básico de que resulta uma atenção centrada no essencial, ou seja, nas pistas semeadas ao correr da trama.
Especulações aparte, o facto é que Agatha Christie ganhou o mundo com mais de 80 livros, entre romances policiais e contos, uma vintena de peças de teatro e meia dúzia de romances escritos sob o pseudónimo Mary Westmacott.
Os anos 50 foram os da consagração como dramaturga, com destaque para ‘A Ratoeira’, em exibição contínua desde a estreia, em 1952, no West End de Londres, um recorde de permanência em cartaz...
VIDA A IMITAR UM LIVRO
Agatha Mary Clarissa Miller (1890-1976), a quem os casamentos acrescentariam primeiro Christie e depois Mallowan, nasceu em Devonshire, Inglaterra, filha de um corretor da bolsa americano e de uma aristocrata inglesa.
Criança curiosa, depressa se tornou leitora compulsiva de autores como Arthur Conan Doyle e Edgar Allan Poe. Uma gripe que a deixou de cama acabou por revelar a escritora...
Em 1914, casou-se com o oficial do exército Archibald Christie e, durante a Guerra Mundial, fez voluntariado num hospital onde se familiarizou com material de enfermagem e farmácia, nomeadamente com os venenos que viriam a ser matéria-prima preciosa para a escrita futura.
Em 1919, deu à luz a única filha (Rosalind) e, um ano mais tarde, o primeiro livro (‘A Primeira Investigação de Poirot’), mas só em 1926 o seu trabalho ganhou visibilidade com ‘O Assassinato de Roger Ackroyd’.
No mesmo ano, a morte da mãe e a separação do marido potenciam um esgotamento nervoso. Recuperada, apanha o Expresso do Oriente para a Turquia, onde a espera novo sobrenome: Mallowan. “A maior vantagem de casar com um arqueólogo é que, quanto mais velha, melhor”, terá dito.
Desta parceria, que durou o resto da sua vida, resultou obra maior: ‘Assassínio na Mesopotâmia’, ‘Morte no Nilo’, ‘Morte entre Ruínas’, ‘Morrer não é o Fim’...
POIROT O PRIMEIRO DETECTIVE
Um bigode impecável, a cabeça em forma de ovo e a melhor impressão possível de si próprio identificam de imediato Hercule Poirot, o primeiro detective da escritora que se inspirou num vizinho para compor a personagem. Austin Trevor, Peter Ustinov, Tony Randall, Albert Finney e David Suchet foram Poirot nos ecrãs.
PORMENORES
A PEQUENA AGATHA Em criança, Agatha cultivava o gosto pela matemática e pela natação, os amigos invisíveis, as colecções de peluches, a equitação e o ténis... Aos quatro anos lia sozinha um livro não porque soubesse ler mas porque decorava tudo o que via!
MISS MARPLE Caricatura da inglesa idosa e campesina, Miss Marple é uma detective intuitiva ao contrário do racional Poirot. “A natureza humana é a mesma em qualquer lugar”, repete na dúzia de livros que protagoniza, tendo passado aos ecrãs na pele de Margaret Rutherford, Helen Hayes, Angela Lansbury e Joan Hickson.
NO CINEMA
‘O Adversário Secreto’ (escrito em 1922)
‘O Assassinato de Roger Ackroyd’ (1926)
‘O Misterioso Dr. Quin’ (1930)
‘A Morte de Lorde Edgware’ (1933)
'Um Crime no Expresso Oriente' (1934)
‘Os Crimes do ABC’ (1936)
‘Morte no Nilo’ (1937)
‘Morte entre Ruínas’ (1938)
‘Convite para a Morte’/‘As Dez’ Figuras Negras’ (1939)
‘As Férias de Poirot’ (1941)
‘Poirot Contra a Evidência’ (1952)
‘O Espelho Quebrado’ (1962)
‘Noite Sem Fim’ (1967)
» Artigos Relacionados
12-01-2006 - 00:00:00 - Agatha Christie morreu há 30 anos
19-12-2005 - 00:00:00 - A química do sucesso
Fonte: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=188080&idselect=13&idCanal=13&p=94
Enviado à mailing por Naomi em 12-02-2006
|