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Britânicos querem reconhecimento literário de Agatha Christie
Paul Majendie

Estudantes de todo o mundo acompanham as reviravoltas dos livros de Agatha Christie — menos na Grã-Bretanha, o país natal da escritora, onde a crítica tacha suas obras de fracas e repletas de clichês. Agora, quase 30 anos após a morte da rainha da ficção policial, foi lançada uma campanha pelo reconhecimento dela como escritora de mistérios. "Não se trata de tentar vender mais livros. Apenas queremos que Christie seja mais utilizada na sala de aula", disse Nicholas James, executivo-chefe da Chorion Plc, dona e administradora dos direitos autorais sobre os livros de Agatha Christie.

Com mais de 2 bilhões de livros vendidos, Christie consta do Livro Guinness de Recordes Mundiais como a mais bem-sucedida escritora de ficção do mundo.

"Na França, Alemanha, Estados Unidos e Japão, Christie é estudada nas escolas. Mas não aqui na Inglaterra", disse James.

A Chorion preparou uma "semana Agatha Christie" para marcar o 75o aniversário da heroína Miss Marple, a corajosa solteirona que possui faro inigualável para detectar assassinatos e falcatruas cometidos em pitorescos vilarejos ingleses. A Chorion, que organizou a campanha Christie em bibliotecas e lançou pacotes de ensino para escolas, além de abrir a casa de campo de Agatha Christie para visitas e montar uma exposição de memorabilia da escritora em Londres, acha que os críticos estão sendo injustos.

BOA ESCRITORA?

Numa época em que a escritora J.K. Rowling é elogiada por ter atraído as crianças para o prazer da leitura com suas sagas sobre Harry Potter, Nicholas James achou que as histórias de mistério de Agatha Christie mereciam um tratamento mais justo.

"Se você conversa com pessoas de outros países, elas acham que Christie é uma boa escritora e que seu trabalho é uma leitura agradável. Mas aqui ela é vista como leitura agradável, nada mais", disse ele. "A maioria das pessoas que criticam seus livros não os leu recentemente."

Os detentos do campo de concentração nazista de Buchenwald representaram uma das peças de Christie, e, no Uruguai, os guerrilheiros tupamaros adotaram Miss Marple como sua líder honorária e "símbolo de justiça natural".

A peça "A Ratoeira", um mistério clássico de Christie, está em cartaz há 53 anos em Londres, e é a peça em cartaz há mais tempo em todo o mundo.

No entanto, apesar do sucesso perene da autora que morreu em 1976 aos 85 anos de idade, os críticos são inclementes com ela.

O romancista Anthony Burgess acusou Christie de fazer uma caracterização fraca de seus personagens, repleta de clichês. O livro "The Oxford Companion to English Literature" descreve seu estilo como "carente de distinção". O crítico Peter Lennon disse que seus diálogos são um zumbido incômodo aos ouvidos.

Fora da Inglaterra, porém, ela já foi elogiada por grandes nomes literários como o italiano Umberto Eco, o francês Roland Barthes e o americano Raymond Chandler.

Reuters: http://exclusivo.terra.com.br/interna/0,,OI677504-EI1118,00.html


Enviado à mailing por Naomi em 22-09-2005