O engenheiro Américo Lyar, o presidente de uma grande construtora, era um homem de hábitos rígidos. Utilizava diariamente o mesmo trajeto para deslocar-se da sede da empresa até sua casa.
Ao término de mais um dia de trabalho, no horário habitual, o porteiro abriu a porta da garagem da empresa para a saída de Américo. Contudo, neste dia, Américo foi morto a tiros, dentro de seu carro, numa rua que não fazia parte de seu roteiro habitual para casa.
O inspetor Alexandre Siegen e o delegado Xavier chegaram ao local logo após o crime. Os moradores da rua estavam ao redor do carro. Mas ninguém apresentou-se como testemunha.
Os pertences do engenheiro haviam sido roubados.
Uma senhora idosa aproximou-se do inspetor e do delegado e disse-lhes:
- Sou parente da vítima. Estou hospedada em casa de amigos nessa rua. Acabo de chegar à cidade, depois de longo tempo ausente. Telefonei hoje para Américo e disse-lhe da minha chegada. Ele estava vindo buscar-me e iríamos juntos até sua casa, onde faríamos uma surpresa para Joana, que é sua mulher e minha prima.
A declaração da senhora elucidou o desvio do roteiro habitual feito por Américo na volta para casa. Mas não elucidou o motivo do crime.
Depois de depoimentos prestados por funcionários da construtora e por familiares de Américo, o delegado Xavier conversou com o inspetor Siegen e disse-lhe:
- Pelas características do crime e da vítima, parece-me ter sido uma tentativa frustrada de seqüestro. O engenheiro deve ter reagido e foi baleado.
- Não creio. Acredito ter sido um caso de roubo - respondeu Siegen.
Por que Siegen acreditaria em roubo, e não em seqüestro?