O crime fora cometido enquanto se realizava uma corrida de cavalos, apesar da chuva, em uma fazenda.
O suspeito havia sido detido pelos empregados numa sala da casa da fazenda, logo depois que o corpo do dono da casa fora encontrado; o rapaz não soube justificar sua presença no local.
O inspetor Tavares comunicado do fato, pediu que o suspeito fosse imediatamente levado à sua presença. Ele era um jovem magro e distinto, impecável em seu traje de corrida, cujas botas de couro marrom, estavam reluzentes. Antes que o inspetor abrisse a boca, protestou com veemência quanto ao tratamento que lhe haviam dispensado.
- É inqualificável que dois domésticos me tenham seqüestrado, acusando-me de um crime do qual não tenho a mínima idéia!
Tavares lançou-lhe um olhar perscrutador.
- Nesse caso, não lhe desagradará explicar por que voltou a casa, abandonando a corrida da qual participava. Ao que parece, deixou seu cavalo em algum ponto da fazenda e voltou a pé.
- As coisas não sucederam exatamente assim, inspetor. A verdade é que eu tinha marcado um encontro com determinada senhora. Ela me esperava num jipe em certo ponto da fazenda, e fui para lá depois de me desembaraçar disfarçadamente dos participantes da corrida. Larguei o cavalo e logo em seguida subi no jipe; tocamos para a casa e subimos para o meu quarto sem sermos vistos por qualquer pessoa. Depois do encontro, a senhora foi embora no jipe e quando eu pretendia me dirigir a pé ao local onde deixei o cavalo, fui detido pelos empregados.
Surpreendendo a todos, o inspetor fez sinal de aprovação.
- É claro que vamos ter de ouvir a senhora em questão, entretanto desde já estou propenso a acreditar na sua versão – declarou.
Por quê??